22/04/2008

O Sr. Silva...

"(...)
O que eu gostava que um Presidente da República do meu país fosse fazer à Madeira era que, em lugar de se juntar ao coro de elogios à "obra" do dr. Jardim, tivesse um elogio para os portugueses que, trabalhando e pagando impostos ao longo de trinta anos, contribuíram para que a "obra" se fizesse e para que o dr. Jardim fosse sucessivamente reeleito à conta disso. Que tivesse a coragem de resgatar a dívida de gratidão que a Madeira tem para com Portugal e que tem sido paga pelo dr. Jardim com intermináveis insultos e provocações, como se fosse nosso dever pagar e calar em troca do privilégio de a Madeira continuar a ser portuguesa. Gostava que o Presidente explicasse aos madeirenses que ser português não é o resultado de uma conta de merceeiro, em que se pesa o deve e o haver e em que se reinvidicam todos os direitos e se exige a isenção de todos os deveres. e que, a continuar por este caminho, chegará o dia em que os portugueses vão exigir, não a "autonomia sem limites" de que falava o infeliz Luís Filipe Menezes, mas sim a independência da Madeira: a independência declarada por Portugal, entenda-se; não a independência declarada pela Madeira. Que chegará o dia em que os portugueses se vão perguntar por que é hão-de continuar a sustentar o poder, os negócios e o exibicionismo mediático daquelas figuras patibulares que esperavam CAvaco no aeroporto do Funchal. a mim, se me perguntarem se quero continuar a psagar impostos para sustentar esta "autonomia" da Madeira, representada e usufruída por aquela gente, eu respondo já que não. Que vão à vida deles e que arranjem quem lhes pague as contas,porque a mim nunca me pagaram para ser português nem aceitaria.
Cavaco Silva deveria ter mais cuidado, mais sensibilidade política e mais noção de Estado ao afirmar que "nenhum português contesta hoje a autonomia regional". Qual autonomia: a que custa 60, a que custa 90 ou a que custa 120 milhões por ano?
Eu faço parte do grupo, só aparentemente minoritário, dos que não acham o dr. Jardim "engraçadíssimo". Não lhe acho mesmo piada nenhuma. (...)"
Miguel Sousa Tavares in Expresso 19/04/2008
Tirando os laivos de visionário da revolta portuguesa... Assino por baixo...

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